terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

“A prática do tripé (ensino, pesquisa, extensão) e as atividades de uma Empresa Junior.”

A EJ estimula a prática do ensino, pesquisa e extensão por excelência. Deve-se salientar que ela não se reduz unicamente a um projeto de uma dessas qualidades, mas que as possui na sua estrutura básica e as pratica no decorrer das suas atividades. Não há como dissociar as atividades da EJ desse tripé.
O estímulo ao ensino se realiza com a preparação básica antes do início das atividades da EJ. A formação adquirida em sala de aula será avaliada como forma de seleção para o quadro fixo – procedimento que deve constar futuramente no estatuto. Assim, tem-se o incentivo e uma espécie de compensação para os alunos, incitando-os a se dedicarem ao aprendizado básico. Para se atuar nos projetos deve-se passar por um período de intensificação e instrumentalização em determinado campo do conhecimento que seja requerido, principalmente nas metodologias, e reforçando o ensino regular com uma preparação mais direcionada e complementar, através de um treinamento anterior a participação na EJ, bem como a cada treinamento precedente a um projeto. O aluno que realiza as consultorias e assessorias estará também aprimorando seu conhecimento através, não da simulação de uma situação profissional, mas da prática efetiva, sempre supervisionado pelo tutor. Além disso, é dever da EJ investir na qualificação do aluno para que esse possa desempenhar melhor suas funções, financiando a realização de cursos de qualificação, sempre que houver necessidade, com os recursos adquiridos pela própria empresa. Assim, culminamos, também, na materialização da interdisciplinaridade, pois esta seria de grande vantagem para a EJ e para o próprio aluno, sempre com o aval dos professores tutores.
A pesquisa se concretiza no momento em que são realizados os projetos para os clientes, nas consultorias e assessoriais. Essas investigações são análises de campo com base em metodologias científicas, que objetivam uma resposta para o cliente em especial, mas também são fontes de informação e de descobertas em geral. Os alunos irão proceder a campo, imergindo na realidade e no universo externo à academia, capturando essa experiência, podendo, muitas vezes, dentro das normas éticas, fazer valer-se de suas experiências na EJ como base para investigações particulares, trabalhos ou TCC. A EJ também pode ser uma excelente fonte de consulta através da formação de um banco de dados.
Para o “Plano Nacional de Extensão”, elaborado no “Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras”, ensino e pesquisa se articulam da seguinte forma:

Com relação à pesquisa, reconhece-se um leque bastante diversificado de possibilidades de articulação do trabalho realizado na universidade com setores da sociedade. Assume interesse especial a possibilidade de produção de conhecimento na interface universidade/comunidade, priorizando as metodologias participativas e favorecendo o diálogo entre categorias utilizadas por pesquisados e pesquisadores (difusão do saber científico entre o meio não acadêmico), visando à criação e recriação de conhecimentos possibilitadores de transformações sociais, em que a questão central será identificar o que deve ser pesquisado e para quais fins e interesses se buscam novos conhecimentos.
Quanto ao ensino, discute-se e aprofunda-se um novo conceito de sala de aula, que não se limite ao espaço físico da dimensão tradicional, mas compreenda todos os espaços, dentro e fora da universidade, em que se realiza o processo histórico-social com suas múltiplas determinações, passando a expressar um conteúdo multi, inter e transdisciplinar, como exigência decorrente da própria prática.

A EJ se coloca como metodologia participativa e capaz de articular um diálogo entre o saber acadêmico e a sociedade. Através da prestação de serviço, o conhecimento gerado na academia ganha propagação e instrumentalização, que se operacionaliza e emite um resultado verdadeiro, pois, a produção através da EJ se sustenta em bases acadêmicas constituídas tradicionalmente nas metodologias de ensino e nos conteúdos ofertados pelas IES na formação do graduando. Assim, não se permite que o conhecimento acadêmico torne-se um devaneio ou um produto que não atenda a uma demanda social real. Ao estar presente como prestadora de serviço, a EJ mantém a universidade atenta ao que a sociedade exige, colocando-se, também, como ferramenta de diálogo e interatividade, afirmando e se comprometendo com o papel social que as instituições de ensino superior possuem no Brasil.
Com sua proposta de metodologia de aprimoramento do ensino, a EJ se coloca como um espaço onde o aluno poderá ter contato com a realidade extra-acadêmica. Será uma oportunidade de aprendizado através da prática, sob a orientação dos próprios professores, que serão também tutores do projeto, podendo assim, orientar os trabalhos da EJ de acordo com suas áreas específicas de formação, fortalecendo a produção do conhecimento interno. Os produtos da EJ são de cunho acadêmico, portanto, devem estar disponíveis aos alunos como um todo, não apenas aos membros do projeto. Assim, dados, metodologias, relatórios, e todo aquilo que se caracterize como fonte de informação útil e tenha sido produzido pela EJ, estará disponível para se utilizado como referencial por qualquer indivíduo ou instituição, dentro e fora da academia.
Por fim, temos a extensão, que é um dos conceitos mais importantes e evidentes na Empresa Júnior.
Na UFPA, a extensão é caracterizada segundo a resolução nº 3.298, de 7 de março de 2005, do Conselho Superior de Ensino e Pesquisa:

Art. 1º A Extensão Universitária é um conjunto de atividades acadêmicas, de caráter múltiplo e flexível, que se constitui num processo educativo, cultural e científico, articulado ao ensino e à pesquisa, de forma indissociável, e que viabiliza, através de ações concretas e contínuas, a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade.
§1º Entende-se por Atividade de Extensão as ações de contribuição à sociedade, segundo uma metodologia contextualizada e constituída a partir do objetivo de obtenção de resultados a curto prazo, condizentes com o sentido de responsabilidade social, desenvolvidas sob a forma de programas, projetos, cursos, eventos, prestação de serviços e produção, publicação e outros produtos acadêmicos.
§2º As atividades de extensão devem ser desenvolvidas, preferencialmente, de forma multidisciplinar e devem propiciar a participação dos vários segmentos da comunidade universitária, privilegiando ações integradas com as administrações públicas, em suas várias instâncias, e com as entidades da sociedade civil.

Aqui, na resolução do CONSEPE, da UFPA, a prestação de serviço é admitida como produto acadêmico, equivalente a publicação. A extensão deve ser entendida como um elemento que interage, necessariamente com ensino e pesquisa.
Essa ligação se dá, tecnicamente, quando cada projeto de pesquisa iniciado e cada preparação em sala e no cotidiano da EJ, estejam condicionados a passar pela proposta de extensão, que é a forma como a EJ se orienta no mercado, enquanto instituição que tem por sua natureza condições de baratear o serviço, e que possui o dever moral de orientar esse serviço para um público que necessita e não tem condições de consumir, ou que necessita mas não percebe tal necessidade, comprometida com resultados imediatos.
Como já foi dito, todo estudante que participa dos projetos da EJ recebe uma quantia a título de ressarcimento, nunca lucro ou salário. Na EJ, a ausência de vínculos empregatícios e a caracterização desta como instituição sem fins lucrativos, resulta em uma conseqüente ausência de cobrança de tributos. Isso faz com que o valor do serviço possa reduzir drasticamente, se atendo a um mínimo indispensável para sua realização.
Essa redução de valor e as orientações do Movimento Empresa Júnior, forçam a EJ a prestar serviços, preferencialmente, para pessoas ou instituições com menor poder aquisitivo, mas que tenham necessidade do serviço em questão. No caso da Empresa Júnior de Ciências Sociais, o público alvo tende a ser: associações de classe, organizações que representam minorias excluídas, ongs, partidos políticos de pequeno porte, pequenas e médias empresas, etc. Isso não impede que essa EJ preste serviço ou estabeleça parcerias com instituições de maior porte ou órgãos governamentais.
Também há outro papel extensionista importante na EJ. Através dela, pode-se disseminar uma cultura de planejamento racional nas organizações da região onde ela atua, que muitas vezes não obtém sucesso nas suas atividades por não perceberem a importância do estudo e da avaliação orientada, incitando-os a se prepararem para os processos de mudança e adaptação, dando-lhes melhores condições de funcionamento e sobrevivência.
Aqui, a EJ se consagra como uma metodologia nova. Sua estrutura está voltada para a qualidade no ensino, sendo essa sua finalidade maior. Para isso ela transcende o espaço da universidade e se coloca diante a sociedade como uma instituição capaz de oferecer uma resposta social daquilo que se investe nas instituições públicas de ensino superior, ao disponibilizar serviços antes não buscados, por seu custo inacessível, ou por falta de visão e de oportunidades em obter informações, sendo uma proposta de responsabilidade social da EJ. Isso, ao mesmo tempo em que qualifica o aluno na sua área, incrementa essa formação com uma dinâmica que o instruirá a trabalhar em grupo, a ser tolerante, estimulará seu espírito empreendedor, seu senso de responsabilidade, noção de planejamento temporal, pensamento estratégico, habilidade em gestão, responsabilidade social e aptidão no contato com outras pessoas, exigindo conhecimentos diversos para que obtenha sucesso nessa empreitada. Assim se materializa a multi e transdisciplinaridade.
Deve-se ter um cuidado em ressaltar que o projeto Empresa Júnior tem uma qualidade particular que não o restringe a um projeto de ensino, pesquisa ou extensão. Apesar de por em prática as três exigências, a EJ tem delimitações próprias que a impede de se resumir a um projeto de uma única qualidade. Não há prazo de duração pré-determinado para uma EJ, ela durará enquanto houver alunos que assumam a direção e coloquem em prática as atividades. As condições para o fim de um EJ devem constar em estatuto, para que seja orientada a maneira legal e correta de findar uma instituição dessa natureza. Não cabe nenhuma outra definição para esse projeto que não seja, puramente, a de Empresa Júnior.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Assertiva: Estamos apenas começando...



Criada por iniciativa própria dos alunos de graduação da Universidade Federal do Pará, a "Assertiva: Empresa Júnior de Ciências Sociais" é um projeto que visa o desenvolvimento de capacidades técnicas e científicas dos alunos de graduação em ciências sociais através da prática, oferencendo a estes a oportunidade de vincular pesquisa, ensino e extensão, com a prestação de serviços à sociedade em geral.

A "Assertiva" presta serviços na área da pesquisa com populações em geral. São desenvolvidas pela "Assertiva" pesquisas nas áreas:

  • Intenção de votos (candidatos em geral e partidos políticos)
  • Mercadológica (preferência do consumidor; aceitabilidade de marcas, produtos ou serviços)
  • Perfil populacional (características gerais e específicas de determinada população)
  • Pesquisas acadêmicas de campo (procedimento e investigação de campo para alunos de graduação e pós-graduação)
Esses serviços são de fundamental importância para o planejamento estratégico de ações que levem em conta a mudança em organizações, o lançamento de candidaturas, a elaboração de políticas gerais, evitando o impacto da incerteza e aumento a possibilidade de sucesso na abertura de uma empresa, no lançamento de um novo produto no mercado e na implantação de projetos sociais. O estabelecimento de probalidades de acerto é responsável pelo maior sucesso em todo tipo de empreendimento, e é a isso que a "Assertiva" se propõe.

Através da Empresa Júnior os alunos desenvolvem sua habilidades e competências de modo proativo e multidisciplinar, ao mesmo tempo em que oferece um serviço de baixo custo orientado para pequenas e micro empresas, ONGs, partidos políticos, órgãos governamentais, e para a população em geral.

O grande diferencial da "Assertiva" é o fato dela ser composta por alunos de nível superior, comprometidos com seu desenvolvimento profissional, sob orientação dos professores da UFPA, o que lhe confere maior credibilidade, pois os métodos usados tem base científica e rigor metodológico, garantindo um resultado eficiente e cumprindo com seu compromisso.

Contatos: assertiva.ejcs@hotmail.com